O Centro de Ensino e Treinamento em Anestesiologia Prof. Manoel Alvarez foi criado há mais de 30 anos e é o primeiro programa de Residência Médica da Universidade Federal de Santa Maria. As atividades desenvolvidas pelo CET abrangem a teoria para a formação de um anestesiologista, bem como o desenvolvimento dos programas estabelecidos pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia e Comissão Nacional de Residência Médica. As atividades práticas são desenvolvidas como treinamento em serviço, sob a supervisão de médicos docentes da disciplina de Anestesiologia e de médicos contratados do Serviço de Anestesiologia do Hospital Universitário de Santa Maria.
Todos os médicos graduados em medicina, no Brasil, estão capacitados a prestar concurso para ingresso nos programas de Residência Médica. O processo de seleção segue as normas estabelecidas pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), que compreende uma prova de conhecimentos, envolvendo as áreas de clínica médica, cirúrgica, pediátrica, ginecológica e de obstetrícia, psiquiatria e epidemiologia, com peso 9, além da avaliação de currículo, com normas previamente estabelecidas e divulgadas para os candidatos, com peso 1. Até o momento, a prova de conhecimentos utilizada para o concurso de residência médica da UFSM tem sido a da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), que contempla o programa estabelecido pela CNRM.
A médica responsável pelo CET, Dra. Míriam Seligman de Menezes, enfatiza que por tratar-se de um hospital público e de referência na cidade e localidades vizinhas, existe um movimento cirúrgico grande, tanto de pacientes internados, como ambulatoriais, eletivos e urgências, permitindo ao médico residente praticamente toda a sua formação em um único hospital, sem a necessidade de deslocamentos. “Aliado a isso, por tratar-se de um Hospital Universitário, existe uma maior interação entre as diferentes especialidades, permitindo uma maior troca de conhecimentos, além do incentivo à pesquisa”, afirma.
A criação do ambulatório de visita pré-anestésica e a habilitação do Serviço de Dor, como referência para treinamentos, são aspectos que modernizam e diferenciam o CET. Entretanto, a escassez de verbas para os hospitais públicos – fazendo com que haja, freqüentemente, falta de medicamentos, aparelhagens e falta de padronização de novos agentes anestésicos, o número reduzido de procedimentos anestésicos em cirurgias cardíacas e neurológicas, suprido pela liberação dos médicos residentes para estágios opcionais fora do CET e o déficit de pessoal pela não reposição de vagas de aposentadorias – têm sido a maior deficiência atual.
A anestesiologista destaca a promoção de atividades científicas também no interior, ou em dias da semana que possibilitem a ida dos colegas para Porto Alegre, como às sextas-feiras, como um dos aspectos importantes para uma relação mais próxima da SARGS com o CET.