O Anestesiologista na prevenção de infecção no paciente cirúrgico

Uma das preocupações mais presentes no cotidiano de quem trabalha com a área da saúde é a infecção hospitalar. Mesmo com todos os protocolos com o objetivo de aumentar o controle sobre a infecção nos seus ambientes de atendimento, esse cenário é bastante comum nos pacientes hospitalizados porque existem diversos fatores que contribuem com o risco de contágio nos hospitais. Entre eles, o procedimento utilizado no pós-operatório, as condições do ambiente que o paciente está internado, a gravidade do quadro clínico, os métodos utilizados pelo cirurgião e outros.

A Revista Brasileira de Anestesiologia destaca no seu vol. 59 (2009) a importância de um anestesiologista na prevenção e na atuação de possíveis infecções nos ambientes hospitalares. Com recomendações básicas, porém essenciais para quem atua no controle delas, como a desinfecção de equipamentos utilizados em anestesia, visando principalmente, a prevenção de pneumonia relacionado à ventilação mecânica, a precaução durante a inserção e manutenção de cateteres, o acompanhamento e recomendação para a proteção do paciente imunossuprimido entre outras.

Na publicação, as recomendações podem ser resumidas em:
1. Observar o antibiótico administrado de acordo com o procedimento e a flora bacteriana hospitalar, administrando-o antes da incisão em tempo hábil para garantir níveis sanguíneos e teciduais, além da correta administração intervalar, respeitando as 24 horas de duração da antibioticoprofilaxia.
2. Utilizar calor irradiado para aquecer o paciente duas horas antes do procedimento cirúrgico, evitando a perda de calor central para a periferia devido à vasodilatação causada pelos anestésicos.
3. Controle glicêmico adequado e justo.
4. Evitar altas frações inspiradas de oxigênio, realizar manobras intraoperatórias de recrutamento alveolar, utilização de PEEP.
5. Manutenção da euvolemia baseada em parâmetros clínicos e precaução com reposição hídrica agressiva com cristaloides ou coloides, haja vista que não se conseguiu demonstrar que ocorre diminuição da infecção e pode diminuir a função pulmonar e levar a edema de alças intestinais, atrasando a recuperação de sua função.
6. Diminuir quando possível o gatilho transfusional, dar preferência a sangue estocado por menos de 14 dias e, quando possível, utilizar filtros de leucócitos ou sangue autólogo.
7. Respeitar e fiscalizar as normas básicas de prevenção de infecção do paciente, da equipe profissional e da sala de operação.

Para garantir uma segurança maior para os pacientes, os hospitais modernos contam com equipes e equipamentos próprios para esse tipo de situação, o que ajuda na redução dos riscos de contaminação.
Por isso, é importante o acompanhamento do anestesiologista até o momento que o paciente restabelece todas as funções fisiológicas.