Anestesia geral em crianças: atenção especial

Para grande parte dos anestesiologistas, existe um grande impasse na hora da cirurgia: a realização de uma intervenção médica com anestesia geral em crianças com apresentação de um quadro clínico enfraquecido com infecções virais nas vias respiratórias, pois a preocupação no aumento da morbidade respiratória é presente nessas situações.

Com finalidade de contribuir na hora de resolver esse impasse presente no cotidiano de um anestesiologista, um estudo foi realizado no Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina Botucatu, em São Paulo, onde especialistas analisaram 284 crianças, de ambos os sexos e com estado físico ASA I ou II, que passaram por processo cirúrgicos com a utilização de anestesia geral.

Nesta área, é imprescindível o conhecimento das alterações fisiológicas ocasionadas por quadros respiratórios debilitados e suas interferências no procedimento adequado de ventilação e oxigenação, além da sua relação com possíveis implicações perioperatórias.

A atenção especial nestes cenários é essencial, pois há vários relatos de complicações pulmonares em crianças como broncoespasmo, edema sub-glótico agudo com estridor, laringoespasmo, atelectasias e hipoxemia.

No estudo realizado, 38% das crianças analisadas apresentaram sinais, sintomas ou antecedentes pré-operatórios com relação ao sistema respiratório. Nelas, o problema mais frequente foi a infeção de vias áreas superiores.
Ainda na pesquisa, 26,4% do total de crianças apresentaram complicações respiratórias per-operatórias ou na SRPA.

Os diagnósticos mostraram que as crianças, principalmente as menores e com comprometimento no sistema respiratório, possuem mais possibilidades de apresentarem complicações per e pós-operatórias, dificultando o procedimento anestésico-cirúrgico. A pesquisa sugere que crianças nestas condições não devem passar por esse procedimento.